CHEGOU A HORA DA ONÇA BEBER ÁGUA. Dúvidas no ar: Quem faz a Assessoria de Imprensa da FIOCRUZ?

Chegou a hora da onça beber água... sem verba para pesquisa... veterinário já sabe bem o que é discriminação científica. Quase um ano se justificando perante a FAPEAL em Alagoas depois que o seu pedido de bolsa de pesquisa para o mestrado ter sido indeferido, ainda não teve seu direito constitucional assegurado! 

No último domingo, dia 04-03-2012, o Jornal tribuna Independente de Alagoas publicou um excelente artigo sobre o Caracol Africano; fruto de uma entrevista com o MV Mauricio Aquino:

ROCHA, Rose. 2012. Polêmica: Veterinário defende caramujos como remédio e alimento; Fiocruz rebate. Jornal "Tribuna Independente", Maceió, Alagoas - AL, no. 1385, Março 04 de 2012, pp. 1, 10-11.

Uma das observações feitas pela assessoria de imprensa da FIOCRUZ quando consultada foi: “...o trabalho apresentado no seu Blog é um desserviço à população ...” referindo-se ao www.CaracolAfricano.com.

Leia a polêmica matéria na integra em:

http://www.tribunahoje.com/edicaodigital/163/edico-numero-1385-4-de-marco-de-2012.html

Sugestão para as entidades de pesquisa que usam dinheiro público:
Tem tanta coisa mais importante nesse país para ser solucionada; mãos à obra!
Os dados acima foram obtidos on-line no site do Banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS) entre outras fontes.

Abaixo alguns dos exemplos de "desserviço" divulgados no site oficial da instituição. Quem elabora essas notas com requintes de tendenciosidade?

(sic): "[...] Identificado como a segunda maior ameaça à biodiversidade em todo o planeta pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), só perdendo para os desmatamentos, a espécie também oferece riscos à saúde humana. [...]". É difícil crer em uma declaração mais dramática do que essa!

(sic): "[...] Os impactos para a biodiversidade são evidentes, mas o risco à saúde pública também preocupam. [...]" Até hoje não li nenhum trabalho que comprovasse  o impacto do Africano sobre a biodiversidade; como qualquer espécie invasora, ela se aproveita dos nichos degradados  pelo homem encontrados em seu novo ambiente e, com certeza, o que não falta, são áreas degradadas em nosso imenso país.

(sic): "[...] Os impactos para a biodiversidade são evidentes, mas os riscos à saúde pública também preocupam. [...]" Trecho repetido em diferentes matérias. Seria falta de assunto?

(sic):"[...] Quando infectado por parasitos, o caramujo (leia Caracol) africano pode transmitir doenças. A meningite eosinofílica é a única que teve casos registrados no país[...]" É difícil crer nisso!!! Tivemos pelo menos 6 casos de ME no país. 4 casos no ES e 2 em PE e nenhum deles foi associado ao Achatina fulica. Os casos de Angiostrongilíases abdominais são inúmeros e, novamente, nenhum deles causados pelo Africano até agora.. Todos os casos publicados até março de 2012, com exceção dos 2 primeiros casos de ME provocados por Toxocaras (um verme comuns em cães e gatos) foram causados por espécies nativas de nossa malacofauna, infelizmente.

(sic): "[...] A angiostrongilíase abdominal é transmitida por moluscos terrestres, como o caramujo africano, e tem difícil diagnóstico, por ser confundida com outras helmintoses. [...]" Não seria mais fácil dizer que até hoje o Africano nunca foi associado a ela no Brasil e em todos os casos descritos apenas espécies nativas foram envolvidas???

O que é difícil compreender é o porquê a opinião pública mundial encara este animal como uma grave ameaça a saúde pública, ao mesmo tempo em que a Esquistossomose, uma grave doença transmitida por outros caramujos do gênero Biomphalaria, nativos no Brasil, são responsabilizados pelos óbitos, apenas no Brasil, em 23 anos, de “14.463” indivíduos, de acordo com Ferreira (2010, p.69) enquanto o Africano, desde que foi introduzido, há 24 anos (1988), não levou nenhum brasileiro à morte.

“Num período de 10 anos (1998 a 2008): a esquistossomose, uma enfermidade parasitária transmitida por caramujos líminicos nativos do gênero Biomphalaria, de acordo com o DATASUS, foi responsável por 5691 mortes no Brasil; a cisticercose, causada por outro parasito, transmitido através da carne de porco mal cozida, fez 1236 óbitos; as dengues, 1458 óbitos e a doença de Chagas, 54.995 óbitos. [...] São centenas de doenças que ceifam milhares de vidas todos os anos, entre elas, a anemia e a subnutrição, que o Africano poderia estar contribuindo diretamente para minimizar, por ser abundante e rico em nutrientes de alta qualidade, caso não fosse pelas campanhas terroríficas e mentirosas que foram executadas ao longo de anos a fio.” AQUINO (2012)

Está mais do que na hora de democratizarmos a ciência e separá-la da política e do capitalismo.

Referência da Matéria:


ROCHA, Rose. 2012. Polêmica: Veterinário defende caramujos como remédio e alimento; Fiocruz rebate. Jornal "Tribuna Independente", Maceió, Alagoas - AL, no. 1385, Março 04 de 2012, pp. 1, 10-11.