Friday, January 20, 2012

UFPA ESTUDA FÓSSIL DE CARAMUJO GIGANTE ENCONTRADO NO NORDESTE DO PARÁ


Aparentemente, a imagem acima, não tem relação com o fóssil do caracol encontrado

O Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) estuda o fóssil de um caramujo gigante encontrado, em 2009, na ilha de Fortaleza, município de São João de Pirabas, nordeste paraense. Trata-se do gastrópode Turbinella tuberculata – cujo comprimento da concha pode ter atingido dois metros, segundo estimativas do professor Vladimir Távora, que está à frente das pesquisas.
Outros exemplares do mesmo gênero podem ser encontrados no próprio Laboratório, expostos no Museu de Geociências e no acervo fossilífero da empresa de Cimentos Cibrasa, em Capanema, também no nordeste do Pará. “No entanto os registros apontavam para indivíduos entre dez e 50 centímetros de comprimento. Esse pode ser o maior molusco gastrópode que viveu no planeta ao longo de sua história geológica”, informou Távora.
Apesar de o laboratório dispor de 13 peças, o caramujo gigante não está completo. “Esse foi o material que encontramos em São João de Pirabas, mas é possível que a ação da maré tenha destruído outras partes”, explicou o professor da UFPA. Ele acrescentou que, com base nas medidas comparativas da espécie, tratadas por meio da aplicação da sequência de Fibonacci, será possível a recomposição do tamanho original do Turbinella tuberculata.
A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com o pesquisador Heitor Evangelista, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Estudantes do curso de Geologia também auxiliam nos trabalhos. De acordo com Távora, até então, não havia notícias de um caramujo tão grande. “A espécie pode ter alcançado esse tamanho em função da grande disponibilidade de nutrientes no mar de Pirabas, o que pode ter gerado uma anomalia autoecológica, um caso de gigantismo”, especulou.  O estudo está previsto para ser concluído no final do ano.
Variedade – Os gastrópodes compreendem os moluscos mais numerosos e diversificados, por terem se irradiado, com êxito, para todos os principais habitat continentais e marinhos. A malacofauna da formação de Pirabas conta, atualmente, com 156 espécies de gastrópodes, agrupadas em 41 famílias. Destas, 37 ainda sobrevivem. É provável que o caramujo gigante tenha povoado o paleomar de Pirabas há 25 milhões de anos. 


Turbinella (= Leucozoniatuberculata (Broderip, 1833),
representante da Família FASCIOLARIIDAE


Texto: Thaís Braga – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Alexandre Moraes
19.01.2012 18:00

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