(*) Eng. agrônomo CREA-SC 001288-4, Profissional e legalmente autorizado a comentar sobre a Achatina fulica e demais caramujos brasileiros
Sensacionalismo varzeano da imprensa de aluguel
e das autoridades sanitárias sobre o Caramujo Africano. Gert Roland Fischer
(*)
Comento entrevista da pesquisadora Silvana
Thiego do departamento de Melacologia do Instsituto Oswaldo Cruz da Fiocruz
concedida para a Renata Fontoura jornalista do IOC/FIOCRUS - jornalismo@ioc.fiocruz.br da Agencia
de Noticias da Fiocruz. Silvana Thiego trabalha no Departamento de Malacologia
do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz, que é centro de referência nacional
em malacologia médica, atua na identificação do molusco e no estudo das doenças
que ele pode transmitir ao homem. Fala dos reais riscos oferecidos pela espécie
e esclarece quais cuidados que devem ser tomados pela população.
Silvana Thiengo mostra parte dos exemplares de caramujos que guarda em seu laboratório (Foto: Ana Limp) . |
Sivana também comentou sobre o
angiostrongilíase abdominal, outro nematóide que pode colonizar os caramujos
nativos e também o Achatina. Disse que existem alguns poucos casos já
registrados no Brasil, todavia não foram de forma alguma transmitidos pelo
caramujo africano.
A pesquisadora comentou ainda que a
angiostrangilíase abdominal [causada pelo parasito Angiostrongylus
costaricensis] muitas vezes é assintomática, mas em alguns casos pode levar ao
óbito, por perfuração intestinal e peritonite. Atentem para a importante e
significativa informação conclusiva oferecida pela pesquisadora: “Em testes
realizados em laboratório, Achatina fulica não se revelou um bom hospedeiro,
sendo portanto considerado um hospedeiro potencial para o parasita, causador da
angiostrongilíase abdominal – mas, friso, trata-se de um hospedeiro potencial.”
Quanto ao risco de os caramujos africanos passarem a transmitir estas doenças a
pesquisadora Silvana informou: “ No atual estado do conhecimento, podemos
afirmar que o risco do caramujo africano transmitir estas duas parasitoses é
muito pequeno”. Quantos aos cuidados que a população deve tomar, a pesquisadora
recomenda a catação manual com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos.
Todos os horticultores urbanos utilizam luvas de borracha para não sujarem as um
hás, mãos e cutículas, além de não causarem danos a pele proveniente de
microordanismos existentes no solo.
O caramujo africano costuma ser confundido com
um molusco nativo brasileiro, o Megalobulimus sp, conhecido como
caramujo-da-boca-rosada ou aruá-do-mato espécie da nossa fauna e se parece com o
Achatina fulica por seu tamanho, o que é um alto risco para a preservação das
espécies de caracóis brasileiros.
Professores deverão antes de assumirem a
responsabilidade por coletas de caracóis, deverão ministrar ensinamentos básicos
aos alunos no sentido de evitar a predação das espécies nativas. Silvana informa
que “a concha de Achatina fulica tem mais giros e é mais alongada. Já a concha
do Megalobulimus sp é mais bojuda, gorda, tem menos giros e sua abertura é
espessa, não cortante”. Concluo: Para tanto estardalhaço criado pela da mídia
catarinense e Joinvilense, aterrorizando as famílias e as crianças que sempre
brincaram com os caramujos, me vem uma grande pergunta: O que estará atrás desse
sensacionalismo.
A quem interessa essas desinformações?
Para ler a entrevista completa você pode
acessar: http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=211&infoid=770&sid=3
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