Saturday, August 20, 2011

E AGORA IBAMA?

O caracol em primeiro plano é um Orthalicus prototypus Pilsbry, 1899.

*Mauricio Aquino é Médico Veterinário e Mestrando do curso de Ciências da Saúde da UFAL

" [...] Para se avaliar a seriedade da situação, se não fosse pelo geógrafo e conceituado malacologista Ignacio Agudo eu teria cometido o grave erro de publicar neste informativo, a foto acima: um Orthalicus prototypus Pilsbry, 1899, em primeiro plano, uma espécie florestal arborícola nativa, que coletei este ano em Alagoas, no município de Capela, interior do estado, como se fosse um Achatina, devido a sua grande semelhança.
Esta espécie rara, muito pouco conhecida da ciência, é representante da Família Bulimulidae e de nada adianta eu me justificar, dizendo que os coletei a noite, o que é um fato, pois pude conviver com ele por vários dias, antes de saber da sua real identidade. Agora imagine, se eu que trabalho, intensivamente com o Achatina (Lissachatina) fulica me confundi, o que esperar da população em geral que confunde caramujo com caracol e lesma com caramujo?
Contemporaneamente, maioria dos gastrópodes nativos gigantes das famílias MEGALOBULIMIDAE e STROPHOCHEILIDAE, (envolvendo 5 gêneros e pelo menos umas 82 espécies) são os caracóis nativos mais parecidos, fenotipicamente, com o exótico invasor africano.
São espécies florestais na sua maioria pertencentes à Família BULIMULIDAE e Subfamília ORTHALICINAE somando na América do Sul um total, aproximado, de 21 formas reconhecidas, incluídas nos gêneros “Orthalicus” (10 espécies), “Sultana” (2 espécies) e “Corona” (9 espécies).
O meu equívoco, hilário até, levanta, novamente, uma séria preocupação: a devastação e a extinção indiscriminada de nossa malacofauna.


Fotos tomadas por Eric McDonald, cortesía de David Robinson. Orthalicus ponderosus. Praticamente impossível diferenciar de um Achatina fulica.

Se eu tivesse que apontar entre os prejuízos causados pelo caracol africano, que pode ser transformado num aliado da conservação se devidamente aproveitado; ou a vaidade de alguns poucos pesquisadores que, por trás de um estereótipo heróico, continuam defendendo sua “erradicação” em prol da conservação na natureza e da saúde da população, (como se isso fosse possível); ou ainda a imprensa, que na ânsia de audiência, divulga notícias potencialmente chocantes apenas para aumentar a audiência, levando mais preocupações para uma população já tão sofrida eu, sem dúvida alguma, apontaria a imprensa como a pior das ameaças.
Felizmente, essa preocupação não é apenas minha; inúmeros pesquisadores vocacionados, já tentaram alertar para esse problema; timidamente é verdade. Mas o problema é que, falar com propriedade sobre um assunto polêmico, especialmente, quando se é minoria, normalmente atrai críticas e perseguições.
Eu tenho recebido críticas sobre minhas propostas; até de louco já fui classificado, mas prefiro assim, pois estou em paz com a minha consciência, defendendo o desenvolvimento de metodologias para aproveitamento racional da espécie invasora para desta forma, controlá-la, eficientemente, na natureza. Mas o que me consola é saber que toda a idéia nova encontra oposição. Nenhuma é implantada sem discussões e debates acirrados e, como demonstra a história, algumas vezes, até alguns mártires. Mas a resistência as novas idéias é proporcional a sua importância, porque, quanto maior ela é, tanto mais numerosos serão os interesses que fere.
Mas me pergunto, frequentemente, onde anda o bom senso, a ética profissional e a humildade de pesquisadores que não aceitam discutir pontos de vista conflitantes em pleno século XXI?
“Vai dar trabalho reverter esta realidade. A imprensa terá que assumir sua parcela de responsabilidade e participar nesse processo de reeducação hercúlea. Só que agora, os jornalistas terão que estudar e consultar diversos pesquisadores pois o caracol africano, ainda hoje, instiga diferentes opiniões no meio científico. Não sou partidário da introdução de espécies exóticas no país, mas considero que a exploração do potencial do A. fulica será a única forma de controlar a sua população, a exemplo da China, tendo convicção que esta espécie poderá contribuir para minimizar a fome e as morte por desnutrição no Brasil pois detém todas as qualidades necessárias para esta empreitada, mas para isso, o IBAMA deverá reavaliar, corajosamente, a sua posição e discutir a questão com a necessária maturidade. “ (AQUINO, 2010)
Agora, eu tenho uma idéia real, do quanto nossa malacofauna está realmente ameaçada pela histeria coletiva. Mas como o abate da fauna nativa é crime, eu pergunto: e agora IBAMA?
"
Leia o artigo completo em: http://smtpilimitado.com/kennel/caracol9.pdf

Referência:

Sitio de Bram Caracol. Orthalicus. Disponível em: Acesso em: 19/08/2011

1 comment:

  1. Repassando importante apoio internacional, da Dra. Liboria, autora do artigo mais visitado em nosso blog, que trata do uso do caracol africano como sensor biológico.


    Apreciado Mauricio,

    Es una guerra psicológica que las autoridades de salud están provocando en la población, no es sólo en Brasil aquí en Venezuela atemorizan a toda las personas.
    Ayer hablé con una amiga veterinaria ex compañera de trabajo y me dijo que en su departamento están eliminando los Achatina como si fueran enemigos de la población. Le comenté la comunicación que tenemos por e-mail y ella está también de acuerdo en que hay que ver estos caracoles como una alternativa para solucionar el hambre a nivel mundial, donde madres lactantes no pueden transmitirle a sus hijos los nutrientes necesarios porque ellas también están muriendo por falta de comida. Le mencioné tu artículo publicado en el Jornal de la Gaceta de Alagoas, para que lo leyera y le diera una charla al personal que trabaja con ella. Mauricio, aquí en Venezuela los Achatina fueron introducidos desde el año 1997, así lo reporta Martínez en una publicación. Te voy a decir porque las Instituciones están empeñadas en eliminar cruelmente los Achatina, es por su gran notoriedad por su cuerpo voluminoso, ¿porqué se han olvidado de la Esquistosomosis, la Paragonimosis, la Fasciolosis, etc.? Porque los hospedadores intermediarios de estas enfermedades son pequeños y pasan inadvertidos, este es un asunto de interés económico y político. Mientras la población vea los Achatina dirán que las autoridades no trabajan, si mandan un ejercito a eliminar caracoles dirán que están trabajando. Ahora la campaña nefasta y terrorismo mediático, no tiene distinción porque la especie en fotografía que me mandas también la tenemos aquí en Venezuela,
    cuando yo trabajaba recibí en el laboratorio caracoles Orthalicus spp. y Strophocheilus spp. los cuales eran confundidos también como Achatina, estoy de acuerdo contigo es posible que ahora están eliminando indiscriminadamente toda la fauna malacológica en cada país. Colaboro aclarando a las personas dándole algunas charlas y aclarándole la gran utilidad que se le puede dar a Achatina, sobre todo hay que estimular a los nuevos investigadores a hacer investigación útil y aplicable en beneficio de nuestra población.
    Pronto las nuevas generaciones de Achatina: modificarán sus hábitos inclusive adquirirán factores genéticos, como se presenta en algunos caracoles dulceacuícolas o sea la reducción del diámetro, resistencia al desecamiento, etc. Las interrelaciones ecológicas de las especies son complicadas y sólo conocemos una parte.


    Amigo Mauricio, te mando algunos link para que los consultes puedes ver varias recomendaciones, inclusive sugieren “promover la utilización de estas especies para el consumo humano, en vista que los caracoles, son ricos en proteínas (5 a 6 veces mayor que la carne de bovinos), tienen un elevado contenido de minerales y escaso porcentaje de lípidos (grasas) sin colesterol dañino, motivos por lo cual los caracoles pueden competir con las aves, porcinos y bovinos, ya que a bajos costos de instalación, alimentación y mano de obra son capaces de producir carnes de excelente calidad (Uztariz, 1996)”. Orthalicus maracaibensis fue identificada por primera vez el año 1968 en el estado Carabobo, Venezuela. Saludos, Liboria
    http://www.cuencarural.com/granja/helicultura/48263-moluscos-de-importancia-agricola/?encuestas_id=36&ver_resultado=1
    http://sian.inia.gob.ve/repositorio/revistas_ci/Agronomia%20Tropical/at4904/arti/ordosgoitti_a.htm
    http://translate.google.co.ve/translate?hl=es&sl=en&u=http://www.ashbreure.nl/snailblog/files/tag-orthalicus.html&ei=QhRPTqGUFobc0QHdpIWiBw&sa=X&oi=translate&ct=result&resnum=6&ved=0CEYQ7gEwBQ&prev=/search%3Fq%3Dcaracol%2Bterrestre%2Borthalicus%2Ben%2Bvenezuela%26hl%3Des%26biw%3D1440%26bih%3D666%26prmd%3Divns

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