Sunday, January 30, 2011
A F.A.O. INCENTIVA O CONSUMO DE INSETOS. O CARACOL AFRICANO (Achatina fulica ) É MELHOR!
Mauricio Aquino (*) e Ignácio Agudos (**)
(*) Pós-graduado em Docência para o Nível Superior e Mestrando em Ciências da Saúde
(**) Pesquisador, Geógrafo e Malacologista
31/01/2011
Em janeiro de 2011 eu e meu amigo, o respeitado malacologista Ignácio Agudo, fizemos um levantamento pela internet, sobre a ocorrência do Achatina fulina no país.
Surpresa, apenas no estado de Roraima não há nenhuma referência, em nenhum jornal do estado, sobre o Caracol Africano.
Isso significa dizer que o Achatina fulica está presente até janeiro de 2011, em 25 dos 26 estados brasileiros. Significando dizer também que, nenhumas das medidas utilizadas para o seu controle até o momento foram eficazes, servindo apenas para criar o pânico entre a população.
O único país que está conseguindo controlar esta espécie invasora é a China, que utiliza um protocolo já bastante conhecido dos franceses: a sua utilização para a alimentação humana. Perigo para a saúde? Apenas se for ingerido cru ou mal cozido!
Mas o caracol não é o único alimento exótico que vem ganhando popularidade. Esta semana troquei e-mails com o Prof..Dr.Ir. Arnold van Huis, um entomologista tropical que conta com o integral apoio da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação - F.A.O. na difusão de suas pesquisas. E qual é a sua pesquisa? Insetos comestíveis. De acordo com a F.A.O., existem 2.5 bilhões de pessoas em todo o planeta que utilizam insetos em sua alimentação, especialmente, na Ásia, África e América do Sul.
“Para alimentar a população mundial em crescimento, com cada vez mais consumidores exigentes, a produção de alimentos precisa ser aumentada. Isto exerce uma grande pressão sobre os já limitados recursos ambientais, estimulando a produção de gases de efeito estufa, o desmatamento e a degradação ambiental. A necessidade de fontes alternativas de proteínas (com exceção da carne de gado) é urgente. Estimular o consumo de insetos comestíveis pode atenuar a crises do gado. Insetos também prestam serviços essenciais, tais como a polinização, remoção de esterco e controle de pragas. Há uma abundância de insetos benéficos e que ainda são comestíveis, como abelhas, besouros de esterco e as formigas tecelãs. Estas populações de insetos silvestres sofrem com degradação florestal, o desmatamento, a poluição e a exploração exacerbada. O uso sustentável de insetos comestíveis pode beneficiar a conservação dos recursos naturais em geral e, assim, desempenhar um papel importante na conservação da biodiversidade, além de outras vantagens. [...] O Departamento Florestal da FAO está tomando medidas para chamar a atenção para essa valiosa fonte alimentar, mapeando esta prática em todo o planeta, propondo uma estratégia de divulgação dessas experiências e recomendando esta, como uma fonte viável de proteínas. No mundo em desenvolvimento, uma reavaliação dos recursos alimentares é necessária e a tecnologia ocidental precisa desenvolver-se nesse sentido, a fim de torná-lo um alimento aceitável”. (FAO, 2011)
Dr. Arnold me enviou alguns trabalhos e um vídeo, que compartilho com vocês agora: www.fao.org/forestry/65422/en/.
Ontem, dia 30/01/2011, o programa Globo Rural levou ao ar outra interessante matéria sobre o tema, disponível em: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1422422-7823-A+CULINARIA+TIPICA+DO+AMAZONAS+TRAZ+PEIXES+PIMENTAS+E+ATE+FORMIGAS,00.html. Mais informações, visite: www.caramujoafricano.com ou www.achatinafulica.com.
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