Saturday, September 29, 2012

FINALMENTE UM ARGUMENTO CIENTÍFICO DE BOA QUALIDADE

O artigo publicado recentemente pelo Geógrafo Ignacio Agudo é um forte argumento de natureza científica para justificar uma nova avaliação da situação brasileira pelo IBAMA. Divulgue.

+ AGUDO-PADRÓN, A.I. 2012. Conservation situation of native land snails threatened by “actions for eradication” of exotic species in Brazil, South America. Biological Evidence, 2(1): 1-2. Available online at: http://bio.sophiapublisher.com/html-464-40-be ;
Official Link:   http://noticias-malacologicas-am.webnode.pt/news/new-short-brazilian-malacological-communication-available-/?utm_source=copy&utm_medium=paste&utm_campaign=copypaste&utm_content=http%3A%2F%2Fnoticias-malacologicas-am.webnode.pt%2Fnews%2Fnew-short-brazilian-malacological-communication-available-%2F





+ AGUDO-PADRÓN, A.I. 2012. Conservation situation of native land snails threatened by “actions for eradication” of exotic species in Brazil, South America. Biological Evidence, 2(1): 1-2. 

Situação de conservação dos caracóis terrestres nativos ameaçados por "ações para a erradicação de espécies exóticas" no Brasil, América do Sul

Resumo

Um diagnóstico sobre o estado de conservação dos caracóis terrestres nativos no Brasil, severamente ameaçados por ações humanas tentativas visando a erradicação do caracol exótico invasor africano Achatina (Lissachatina) fulica (Bowdich, 1822), é apresentado. 

Intencionalmente introduzido no país em 1988, para fins alimentares humanos (malacocultura continental), esta espécie acabou sendo proibida oficialmente mais tarde, em 2003, provocando precipitadas ações públicas envolvendo diretamente a população brasileira "despreparada" através dos meios de comunicação social, com vista à sua controle e erradicação do meio ambiente. 

Consequência deste procedimento, prematuro e alarmista, hoje muitas das espécies nativas e endêmicas de caracóis terrestres, pouco conhecidas cientificamente, estão sob crescente ameaça de extinção no Brasil e, muito provavelmente, em outros países sul-americanos.

Palavras-chave

Erradicação de espécies exóticas de moluscos invasores, Achatina(Lissachatina) fulica, Caracóis terrestres nativos e endêmicos, Estado da sua situação de conservação, Brasil

Um grave e preocupante conflito malacológico de conservação está presente hoje no Brasil (e outros países da América do Sul): por conta de ações públicas realizadas numa tentativa de controlar e erradicar do vasto território brasileiro a espécie exótica invasora de caracol africano Achatina (Lissachatina) fulica, representante da família Achatinidae Swainson, 1840, controversamente grandes e medianas espécies nativas endêmicas de caracóis terrestres, atualmente em evidente situação de ameaça de extinção, estão sendo conjuntamente dizimadas indiscriminadamente pela população como resultado de campanhas públicas alarmistas.

O estado de conservação dos moluscos nativos continentais e a ocorrência paralela de espécies exóticas invasoras na região sul do país, por exemplo, têm sido objeto de recentes discussões e questionamentos.

Hoje, o exótico invasor Achatina (Lissachatina) fulica está presente em todo o território brasileiro, e já  instalado no vizinho país da Argentina, na Vertente Atlântica do Cone Sul.

Observando na prática a situação atual (informações referenciais e experiência de campo), conclui-se que as "ações públicas mal conduzidas" em prol do controle/ erradicação do Achatina (Lissachatina) fulica no Brasil, oficialmente iniciadas em 2003 com a "proibição" da espécie no país - inicialmente introduzida em 1988 pelo Estado do Paraná, PR, região Sul, e num segundo momento no início da década de 1990, através do Porto de "Santos" em "Praia Grande", São Paulo, SP, região Sudeste (Armellini e Santana , s/d) - e a consequente "liberação prematura" no meio ambiente de animais em regime de gestão agropecuária (malacocultura continental ou criação de "escargots") por medo à possíveis sanções da lei, hoje dita situação está se tornando um importante elemento muito mais prejudicial para nossa sofrida fauna nativa e endêmica de moluscos terrestres que a própria ocorrência em vida livre/ asselvajada do caracol gigante Africano invasor, inconscientemente acelerando o processo de extinção dos primeiros, pelo que ditas ações precisam urgentemente ser re-avaliadas e re-orientadas pelas autoridades correspondentes.



Foto 1. Incentivada por campanhas públicas "mal conduzidas", a população "despreparada" captura e destrói indiscriminadamente todo caracol que lhe aparece pela frente. Sequencia de crescimento do exótico Achatina (Lissachatina) fulica: conforme o tamanho, espécies de caracóis nativos podem vir facilmente ser confundidos com estes.



Foto 2. Caracóis terrestres endêmicos do Sul brasileiro Mirinaba planidens (Michelin, 1831).


Foto 3. Caracóis nativos arborícolas Drymaeus papyraceus (Mawe, 1823), pequeno representante da Família BULIMULIDAE.

Foto 4. Caracóis nativos florestais Orthalicus cf. prototypus Pilsbry, 1899 capturados "simultâneamente" com caracóis africanos em áreas semi-rurais do Nordeste brasileiro.


Foto 5. Caracóis nativos sudamericanos Megalobulimus oblongus (Müller, 1774) e caracóis invasores africanos Achatina (Lissachatina) fulica (Bowdich, 1822). Quem é quem para os leigos ?

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