O artigo publicado recentemente pelo Geógrafo Ignacio Agudo é um forte argumento de natureza científica para justificar uma nova avaliação da situação brasileira pelo IBAMA. Divulgue.
+ AGUDO-PADRÓN, A.I. 2012. Conservation situation of
native land snails threatened by “actions for eradication” of exotic species in
Brazil, South America. Biological Evidence,
2(1): 1-2. Available online at: http://bio.sophiapublisher.com/html-464-40-be ;
Official Link: http://noticias-malacologicas-am.webnode.pt/news/new-short-brazilian-malacological-communication-available-/?utm_source=copy&utm_medium=paste&utm_campaign=copypaste&utm_content=http%3A%2F%2Fnoticias-malacologicas-am.webnode.pt%2Fnews%2Fnew-short-brazilian-malacological-communication-available-%2F
+ AGUDO-PADRÓN,
A.I. 2012. Conservation situation of native land snails threatened by “actions for
eradication” of exotic species in Brazil, South America. Biological
Evidence, 2(1): 1-2.
Situação de conservação dos caracóis terrestres
nativos ameaçados por "ações para a erradicação de espécies exóticas"
no Brasil, América do Sul
Resumo
Um diagnóstico
sobre o estado de conservação dos caracóis terrestres nativos no Brasil,
severamente ameaçados por ações humanas tentativas visando a erradicação do
caracol exótico invasor africano Achatina (Lissachatina) fulica (Bowdich,
1822), é apresentado.
Intencionalmente introduzido no país em 1988, para fins
alimentares humanos (malacocultura continental), esta espécie acabou sendo
proibida oficialmente mais tarde, em 2003, provocando precipitadas ações
públicas envolvendo diretamente a população brasileira "despreparada"
através dos meios de comunicação social, com vista à sua controle e erradicação
do meio ambiente.
Consequência deste procedimento, prematuro e alarmista, hoje
muitas das espécies nativas e endêmicas de caracóis terrestres, pouco
conhecidas cientificamente, estão sob crescente ameaça de extinção no Brasil e,
muito provavelmente, em outros países sul-americanos.
Palavras-chave
Erradicação de
espécies exóticas de moluscos invasores, Achatina(Lissachatina) fulica,
Caracóis terrestres nativos e endêmicos, Estado da sua situação de conservação,
Brasil
Um grave e
preocupante conflito malacológico de conservação está presente hoje no Brasil
(e outros países da América do Sul): por conta de ações públicas realizadas
numa tentativa de controlar e erradicar do vasto território brasileiro a
espécie exótica invasora de caracol africano Achatina (Lissachatina) fulica,
representante da família Achatinidae Swainson, 1840, controversamente grandes e
medianas espécies nativas endêmicas de caracóis terrestres, atualmente em
evidente situação de ameaça de extinção, estão sendo conjuntamente dizimadas
indiscriminadamente pela população como resultado de campanhas públicas
alarmistas.
O estado de
conservação dos moluscos nativos continentais e a ocorrência paralela de
espécies exóticas invasoras na região sul do país, por exemplo, têm sido objeto
de recentes discussões e questionamentos.
Hoje, o
exótico invasor Achatina (Lissachatina) fulica está presente em todo o
território brasileiro, e já instalado no
vizinho país da Argentina, na Vertente Atlântica do Cone Sul.
Observando na
prática a situação atual (informações referenciais e experiência de campo),
conclui-se que as "ações públicas mal conduzidas" em prol do
controle/ erradicação do Achatina (Lissachatina) fulica no Brasil, oficialmente
iniciadas em 2003 com a "proibição" da espécie no país - inicialmente
introduzida em 1988 pelo Estado do Paraná, PR, região Sul, e num segundo
momento no início da década de 1990, através do Porto de "Santos" em
"Praia Grande", São Paulo, SP, região Sudeste (Armellini e Santana ,
s/d) - e a consequente "liberação prematura" no meio ambiente de
animais em regime de gestão agropecuária (malacocultura continental ou criação
de "escargots") por medo à possíveis sanções da lei, hoje dita
situação está se tornando um importante elemento muito mais prejudicial para
nossa sofrida fauna nativa e endêmica de moluscos terrestres que a própria
ocorrência em vida livre/ asselvajada do caracol gigante Africano invasor,
inconscientemente acelerando o processo de extinção dos primeiros, pelo que
ditas ações precisam urgentemente ser re-avaliadas e re-orientadas pelas
autoridades correspondentes.
Foto 1.
Incentivada por campanhas públicas "mal conduzidas", a população
"despreparada" captura e destrói indiscriminadamente todo caracol que
lhe aparece pela frente. Sequencia de crescimento do exótico Achatina
(Lissachatina) fulica: conforme o tamanho, espécies de caracóis nativos podem
vir facilmente ser confundidos com estes.
Foto 5.
Caracóis nativos sudamericanos Megalobulimus oblongus (Müller, 1774) e caracóis
invasores africanos Achatina (Lissachatina) fulica (Bowdich, 1822). Quem é quem
para os leigos ?
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